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Sobre o Curso de Engenharia Civil

Sobre o Curso de Engenharia Civil

por Eduardo Fermé -
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Caros Alunos,

Normalmente nunca respondo críticas que não sejam construtivas. Mas desta vez vou fazer uma excepção já que muitas das vossa reclamações demonstram uma alarmante falta de informação, ou, o que é mais alarmante, terem sido propositadamente mal informados.

Sou perfeitamente consciente do papel dos alunos numa universidade e da importância da sua participação, de facto foi dirigente estudantil aquando cursava. Uma das coisas importantes, se não fundamentais para um estudante é estar bem informado do que acontece quer no seu curso, quer no seu departamento, quer na sua universidade. Isto significa ter informação precisa sobre os acontecimentos e não simplesmente boatos.

Vou primeiro responder algumas reclamações pontuais e esclarecer onde a informação seja incorrecta, anexando todos os documentos que sejam necessários.

> Agorra é que nós coitados dos alunos podemos esqueçer o reconhecimento da

> ordem o que para nós é fundamental, que delegação da ordem que vai levar a

> sério agorra um curso dirigido por pessoas formadas em matemática... estao

> a fazer coisas para acabar com o curso aqui na regiao... se é esse

> objectivo parabens estao a seguir o caminho certo.

Vou esclarecer dizendo que o curso de Engenharia Civil foi criado pelo departamento de Matemáticas e Engenharias, tendo o mesmo solicitado a Reitoria um número mínimo de condições para poder funcionar, conforme anexo da acta da comissão científica do DME nº 12 [DOCUMENTO 1].

Dificilmente o DME deseje acabar com um curso que foi criado por ele próprio e que só foi aprovado depois de muitíssimo trabalho.

> Se o nosso curso já apresentava algumas deficiências, principalmente por

> falta de cadeiras que são consideradas enssênciais noutras universidades,

> agora ainda temos mais este ponto negativo.

O plano de estudos da Licenciatura em Eng. Civil original e as respectivas modificações para Bolonha foram feitos por uma equipa liderada pelo Prof. Artur Portela. [DOCUMENTO 2-1 e 2-2]. Acho uma falta de respeito ao Prof. Portela e à equipa de trabalho que colaborou colocar em causa o seu trabalho.

> As pessoas do departamento em vez de estarem preocupados em dar mais valor

> ao curso trazendo os melhores e os mais bem formados parace querer fazer o

> contrario por pelo que parece, devido a guerrinhas internas. Nós alunos é

> que ficamos prejudicados com tudo isto. E mais... andamos a pagar a

> propina máxima para isto!

Ao longo da vida do curso de Eng. Civil, os 3 presidentes do DME (Prof. Carmo, Prof. Nunes e eu próprio) baseamos a política de contratações de Eng. Civil nas opiniões do Prof. Portela. De facto o Prof. Herlander e a Profa. Nelli foram contratados sob sugestão do Prof. Portela. Envio como amostra copia do último e-mail que enviei ao Prof. [DOCUMENTO 3]. Acho incorrecto um aluno por em causa a politica de contratações sugerida pelo Prof. Portela (e do DME) sem ter ideia de como essa política se desenvolve.

> expliquem me lá uma coisa se nos outros cursos os directores de cursos são

> docentes do curso, como é que o de engenharia civil vão ser prof. de

> matemática? V-Só podem estar a brincar,isto mesmo só na universidade da

> madeira.

Este parágrafo, e outros similares, mostram os seguintes desconhecimentos:

a) de que ninguém demitiu os anteriores directores de curso, nem foram banidos, como sugerem os comentários. Os mesmos apresentaram demissão por escrito.

b) de quais professores foram nomeados pelo DME para serem directores de curso da Lic. e do Mestrado e o Prof. nomeado como vogal em ambos cursos. Ao respeito, anexo excerto da acta da comissão científica.[DOCUMENTO 4]

c) de qual é o papel dum directo de curso. Ao respeito sugiro ler os artigos 4º dos regulamentos dos cursos afim de que possam ver a diferencia entre competências científicas e competências de gestão. [DOCUMENTOS 5 e 6]

d) Desconhecimento do que acontece em outros cursos. Como exemplo, sou doutorado em Ciências da Computação (Matemática) e no entanto foi director de curso de Ensino de Informática e da Lic. em Engenharias Informática (não sou Engenheiro).

e) do que acontece em outras universidades.

f) do que deve ser feito para um curso de Engenharia ser homologado (embora já não seja esse o termo) pela ordem. O DME tem 2 cursos já homologados e experiência suficiente para dar os passos nesse sentido.

g) O DME (e a UMa) só tem, de momento, Prof. com doutoramento em Engenharia Civil. Para ser Engenheiro Civil é preciso estar inscrito na Ordem, e, de momento, nenhum elemento do DME cumpre esse requisito em Engenharia Civil. O DME ofereceu (aquando o Prof. Nunes era presidente) ofereceu pagar os custos das inscrições.

> Resta agradecer ao Prof. Portela por todo o seu trabalho e empenho nestes

> 4 anos de excelente trabalho, e esperar que algo seja feito para bem dos

> alunos.

Escrito assim, parece indicar que o DME vá prescindir do Prof. Portela e da sua experiência. O Prof. Portela foi contratado pelo DME com um objectivo claro que foi colaborar com o DME para a criação e desenvolvimento do curso de Engenharia Civil dentro do DME na UMa. Este compromisso foi assumido pelo DME e pelo Prof. Portela e continua vigente. O Prof. Portela, na sua condição de Catedrático e o coordenador da orientação pedagógica e científica das disciplinas da área de Eng. Civil de todos os cursos da UMa (não so Lic. e Mestrado em Civil) que incluam disciplinas da área de Eng. Civil, conforme o Estatuto da Carrera Docente Universitaria artigo 5º. [DOCUMENTO 7], alem das nomeações que constam no [DOCUMENTO 4].

> Eu como aluno deste departamento e do Curso em questão, espero ser

> informado por alguém de responsabilidade das mudanças que estão a decorrer

> e das suas reais consequências. Penso que tenho esse direito, porque até

> agora, o que sei são conversas de corredor. Obrigado

Ao longo da sua vida, o DME se caracterizou por ter uma politica de portas abertas e informação disponível. De facto esta plataforma Moodle foi implementada neste sentido. É o vosso direito estar informados, mas também é vossa obrigação procurar estas informações nos sítios certos. Da minha parte nunca neguei nem como prof. nem como director de curso, nem como presidente do DME informar a qualquer aluno que viesse a ter no meu gabinete.

> Não acredito que não haja pessoas com bom senso, para ver que o curso de

> Engenharia Civil, é neste momento o mais importante do departamento.

> Alguém que me explique porque razão os alunos não são ouvidos?? Não

> interessamos???Não temos direitos??? Acho que nós, alunos, devemos

> unir-nos em prol do nosso curso.

Para o DME não existe a política de “cursos mais importantes” do que outros. O nosso curso com menos número de alunos (Astronomia) tem para nos a mesma importância que o resto.

Estes comentários e vários do género, mostra que alguns alunos de Civil não se apercebem que o seu curso está inserido numa universidade e, como tal, tem e vai ter a mesma importância que qualquer outro curso da casa.

Respeito ao alunos ter direitos, ser ouvidos, etc., o comentário mostra claramente um desconhecimento de como funciona a universidade. Os alunos são ouvidos onde tem que ser ouvidos, isto é, nos órgãos estatutariamente competentes nos quais participam e também por meio dos representantes das associações. Se um grupo de alunos tivesse querido ser ouvido fora destes órgãos, poderiam ter pedido uma reunião ao presidente do DME, coisa que não aconteceu, mas esclareço, qualquer pedido ou reclamação não significa que vai ser cumprido a risca. Um curso implica muitas partes envolvidas e os alunos são uma delas.

Saudações Académicas,

Eduardo Fermé