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Se o objectivo é aprender, qual é o papel do "copianço"?

Se o objectivo é aprender, qual é o papel do "copianço"?

por Vitor Gonçalves -
Número de respostas: 28

Saudações académicas.

Desde já, e antes de iniciar peço desculpa por estar a intervir no normal funcionamento do Moodle ao colocar este tópico, contudo penso que esta situação, a do “copianço”, nos afecta a todos, inclusive aqueles que este ano iram acabar o curso. Também acho importante fazer o apelo de ler o tópico todo antes de fazer qualquer tipo de intervenção, eu tenho consciência que é longo, mas penso que todos nos gostamos de ler ou pelo não menos não desgostamos tanto.

Escolhi este dia (25 de Abril), para fazer este tópico e abrir assim com esperança uma discussão a ter entre alunos, uma discussão a termos contra nos próprios sobre esta situação, em que realmente estou aqui a propor é uma revolução de mentalidade.

E antes de entrar na situação do “copianço”, é preciso perguntar porque é que há exames na universidade? E para ajudar-nos a entender melhor esta questão sobre os exames e “copianço” irei utilizar um texto deveras interessante de Ricardo Reis.

“ O principal objectivo do professor é que os alunos aumentem os seus conhecimentos. Como também é este o objectivo dos alunos, não deveria ser preciso perder tempo em exames. No entanto, se os alunos, jovens, têm dificuldade em comprometer-se a estudar, porque não conseguem resistir a outras tentações como ir para a praia ou namorar, então a possibilidade de reprovar um exame cria um custo em não estudar. Para evitar este custo, os alunos não cedem às tentações e fazem aquilo que realmente desejam, estudar.

É preciso também dar um inventivo ao professor. É que, no dia do exame, a melhor coisa que o professor pode fazer é entrar na sala e anunciar que o exame está cancelado. Por essa altura, já ninguém vai estudar mais ou menos, e assim evita-se o desperdício de fazer e corrigir exames. O problema é que os alunos antecipam este comportamento e percebem que não vai haver exame. Por isso, não estudam e acabamos todos pior. As universidades arranjaram um mecanismo para corrigir este problema: obrigam todos os professores a fazerem exames e proíbem-nos de os cancelarem.

Existe uma segunda razão para ter exames. A sociedade pede às universidades que sinalizem os alunos que são mais trabalhadores, inteligentes e esforçados. Esta informação é muito valiosa para os futuros empregadores, que assim evitam os enormes custos em avaliar cada candidato a emprego. Para responder a este pedido, as universidades criam obstáculos para os alunos ultrapassarem na forma de exames. Uma licenciatura passa assim a ser um certificado que o aluno passou esses obstáculos, e a média final um sinal mais preciso das dificuldades que teve.

Qual é o papel do "copianço"?
Se os dois objectivos principais dos exames são incentivar o estudo e permitir aos alunos sinalizarem o seu valor, qual é o papel do “copianço”? Se o aluno sabe que, com uma probabilidade positiva, pode copiar sem ser apanhado, então não vai resistir a esta tentação assim como não resistia a ir à praia ou namorar, pelo que deixa de estudar. Por sua vez, se o mercado de trabalho sabe que os alunos copiam, então a licenciatura ou média de curso perdem valor como sinal, porque deixam de distinguir entre os bons alunos e os alunos que copiam bem. Copiar ataca na raiz as duas funções dos exames. Daí o esforço das universidades em combatê-lo. Os únicos beneficiados do estado de “copianço” são os alunos que não têm como objectivo aprender, e os alunos que se apercebem que a universidade vai sinalizar o seu baixo valor pelo que preferem eliminar o sinal na esperança de serem confundidos com outros de maior valor.


Na minha vida, passei por três sistemas de ensino.
Em muitas universidades portuguesas, muitos copiam abertamente e quem não ajuda no acto de copiar é visto como mau colega. As regras das universidades tornam difícil condenar um aluno apanhado a copiar e as punições são leves. Em Inglaterra, nas universidades que conheço, os exames têm muitos vigilantes e regras rígidas. O sistema de exames é custoso (e por isso os exames raros) mas é muito difícil copiar. Nas universidades de topo nos EUA, em contrapartida, a vigilância é baixa. Em Princeton, o professor é obrigado a deixar os alunos sozinhos na sala durante o exame. Vigiá-los seria uma falta de confiança, até porque todos assinam no topo da folha de resposta uma jura de que se vão comportar de uma forma honrada. Mas se alguém é apanhado a copiar (ou porque foi denunciado por um colega ou porque as respostas o tornam óbvio) então a punição é muito severa – pelo menos suspensão por um ano e talvez expulsão”

(Texto de Ricardo Reis)

Daqui resumidamente podemos retirar, que o sistema inglês tem muitos vigilantes e penas mediamente severas, o sistema americano por seu lado tem poucos vigilantes ou nenhuns mas penas bastante severas, e o nosso sistema (o português) nem tem muito vigilantes nem tem pena mediamente severas (eu questiono-me se é que tem mesmo penas).

Então qual seria o melhor sistema a adoptar? Penso que o nosso, esta fora de questão porque se ate hoje não tem dado provas não será a partir de hoje que ira dar. O sistema inglês é quase impossível de fazer, visto que é preciso muitos vigilantes, o que por sua vez leva a mais dinheiro publico, logo era necessário que os responsáveis nos ouvissem, mas há demasiado tempo que estão muito lá cima para ouvir os pequenos que estão aqui em baixo. No que toca ao sistema americano era preciso que houvesse uma mudança de mentalidade e penas mais severas, no que toca a esta segunda condição era preciso que o Ministério da Cultura e da Tecnologia nos ouvisse tal como a própria reitoria, contudo leva-me a duvidar, já que não nos ouvem para coisas simples quando mais aumentar a severidade das penas, no assunto do “copianço”.

Contudo e para terminar, a primeira condição (mudança de mentalidade) podemos fazer, como tal o que estou a apelar é que , quem é contra o copiar, não deixe copiar, quem é indiferente faça igual, não deixe copiar, porque os que são realmente a favor do copiar, entenda-se, necessitam do copiar são muitos poucos, ou pelo menos espero bem que sim. E obviamente que este discurso não é para esses.

E agora deixo no ar a questão, que tipos de profissionais seremos nós se nos basearmos no “copianço”? Na minha opinião e fazendo uma comparação exclusiva com Portugal ate podemos ser bons (em alguns casos) mas comparando com outras sociedades penso que será difícil passar do estatuto de medíocre. E hoje a dia a palavra de ordem é a globalização.

Sem qualquer outro tipo de assunto, despeço-me com saudações académicas, e um bom feriado, já agora para todos os que me acharem demasiado espirituoso (entre tantas outras coisas “boas”), deixo esta frase:

“Mais vale um tolo espirituoso do que um espírito tolo".

William Shakespeare.

Em resposta a 'Vitor Gonçalves'

Re: Se o objectivo é aprender, qual é o papel do "copianço"?

por David Gonçalves -

Tendo em conta o texto em questão, apenas queria deixar algumas observações.

Começando pelo princípio, faço aqui uma citação: "O principal objectivo do professor é que os alunos aumentem os seus conhecimentos". Sendo eu aluno da UMa, pergunto a todos vós que sentido é que esta frase tem? Será termos professores que numa cadeira de 20 alunos desistem 18 e os 2 sobreviventes passam e o professor considera-se o máximo com uma taxa de aprovação de 100%? Será termos que fazer trabalhos de programação ou outros, pelo qual não tivemos qualquer tipo de base ou aula prática? Aprendizagem é isto? Acho que a UMa poupava muito mais a nível monetário (especialmente salários), se os professores apenas aparecessem no primeiro dia de aulas com um conjunto de bibliografias e dissessem "Leiam isto tudo e o exame é dia tal". Depois só apareciam novamente para a correcção dos exames. Como é lógico não posso generalizar porque há um ou outro professor que realmente ensina, mas é assim que eu vejo este processo de Bolonha e é assim que vejo as coisas a se dirigir. Mais trabalhos, menos aulas, menos bases e menos preparação e termos que elaborar trabalhos que são obras primas tendo em conta a preparação que nos dão.

É a partir deste contexto que entro no tema do "copianço". Não apenas nos exames mas também em trabalhos e outras coisas. Eu aposto como muitos alunos têm cadeiras com trabalhos de dificuldade extrema, que por vezes até fazem rir e o próprio aluno nem sabe como começar. No dia da respectiva apresentação ao professor os trabalhos lá aparecem todos feitos, mas se arranjarmos um novo trabalho (pode ser parecido) e pegarmos individualmente em cada aluno, se houver 2 que consigam fazê-lo sozinho é muito. Porque será?

Finalmente, em relação ao sistema de avaliação há muita coisa que se lhe diga. Ter uma boa nota é sinal de boa aprendizagem? Na minha opinião não. Simplesmente existem pessoas que têm uma excelente capacidade de absorver matéria e têm excelentes notas, mas a nível prático já são um "zero". Na teoria são muito bons mas depois no mercado de trabalho têm muitas dificuldades. Decoram a matéria para um exame, chega ao exame e despejam tudo, depois no dia seguinte já não se lembram de nada. Existem alunos com uma maior capacidade de concentração que outros e alunos que mais facilmente lidam com o nervosismo. Estes factores condicionam uma boa ou má prestação num exame. Existem alunos que com pouco esforço atingem bons objectivos e alunos que com muito esforço não chegam perto. Por isso pergunto, se tenho uma má nota num exame, isto quer dizer automaticamente que não me esforcei nada? Eu digo que não. Falo por experiência própria.

Para concluir, gostaria de dizer, se vocês têm dificuldades e aparece a oportunidade para copiar, copiem! Se o estabelecimento de ensino não vos dá as bases nem vos transmite o que devia transmitir, não vos deixem ficar para trás ou serem prejudicados por um sistema de ensino mal estruturado.

É a minha opinião.

Em resposta a 'David Gonçalves'

Re: Se o objectivo é aprender, qual é o papel do "copianço"?

por Jorge Rodrigues Valente -
Concordo com tudo. É obvio que o resultado de um bom professor são as notas, pois não acredito que TODAS as pessoas sejam burras, pelos menos neste grau de ensino. Obviamente existem professores que vivem noutro mundo, e para eles é uma tarefa colossal estar a olhar para um anfiteatro com 120 gajos, que estão ali a fazer perguntas chatas. Acredito que muitos alunos estejam ali sentado por "obrigação" perante os pais, e que prefereriam estar numa tasca a jogar as cartas. Mas são uma minoria, por isso deveria haver um esforço por parte dos professores em ensinar a maioria. Há professores que têm como objectivo de vida é a de dizer aos amigos/familiares que atingiram um grau de conhecimento tal, que até são aproveitados para darem aulas numa faculdade. Mas esses "professores" faziam um favor muito grande se saissem e fosssem trabalhar, visto não perceberem que ser-se professor é uma profissão (muito nobre, para mim) e não um estatuto social. Quando estive no 12º ano apanhei um professor matematica que me motivou a gostar de matematica (eu era mesmo muito mau nessa discilplina). Tinha o "dom"? Não sei, mas gosto por ensinar tinha. Quero com isto dizer que um aluno até pode ser mau, mas quando é acompanhado, existe progresso associado a essa dedicação. Neste momento, reconheço que tenho bons professores na UMa (porque os há) mas existem uns que já me fizeram perder a vontade de ir para a aula. As minhas notas até melhoraram, pois não fico desmotivado por estar a ouvir um sujeito (a que chamam de professor pelo lugar que ocupa no anfiteatro) que está ali a desbobinar, sem se preocupar se se faz ouvir/compreender. Quanto ao metodo de avaliação é gritante! Como pode um bom aluno tirar 19 numa frequencia, e no seguinte tirar 4. Ficou Burro no espaço de um mês? Também tenho ouvido historias de um professor, que para além de ser mau (como professor) ainda insulta os alunos. É isto o nosso ensino? Posso por isso concluir que o nosso ensino premeia não a competencia de um profissional, mas sim comprovativos de inteligencia que transporta debaixo do braço (canudo). Um bom dia, e bons estudos.
Em resposta a 'Jorge Rodrigues Valente'

Re: Se o objectivo é aprender, qual é o papel do "copianço"?

por Leonardo Reis -

Se fossem só esses os problemas, a questão é que a lista continua.

Que achas de não teres direito a exame de epoca complementar, teres algumas cadeiras com 15 avaliações e relatórios que num determinado ano com determinado professor tinha digamos por exemplo 14 e noutro ano (após bolonha) negativa com o mesmo professor.

Faz que pensar ..., fiquem bem.

Em resposta a 'Vitor Gonçalves'

Re: Se o objectivo é aprender, qual é o papel do "copianço"?

por Tito Velosa -

Bem, como ja terminei o curso, talvez ate nem devia responder , mas tambem posso passar a experiencia dos anos que passei na UMa e a verdade é esta, existem os tais bons e maus professores, existem aqueles que realmente  preocupam-se com os alunos e aqueles cuja unica motivação é o interesse pessoal seja de carreira ou monetario. Copiar? Não Copiar? O que eu digo é que a universidade actual gira em torno do desenrasque. As aulas sao dadas de forma pouco pedagogicas. Aliás é engraçado como se exige que no secundario os professores tenham formaçao pedagogica mas a nivel universitario basta ter notas altas para ser professor assistente ou ter um curriculo grosso em folhas para ser professor de quadro.Ou seja desde que tenham o conhecimento, nao interessa se sabem passa-lo aos alunos. Existem alunos que se adaptam bem a este estilo de ensino a aprendem a tirar proveito dele e têm boas notas, outros nem tanto,especilamente se vêm totalmente acostumados ao ensino secundario. Quanto as avaliaçoes a verdade é que muitas delas nao passam de tretas. Muitos professores avaliam em 10 minutos, ou passam apenas os olhos por um trabalho ou projecto que um aluno levou semanas ou mesmo meses a trabalhar com afinco, e a avaliaçao é feita sem rigor e muitas vezes baseada em pressupostos que nao deviam existir. Alguns desses professores ate nem conseguiriam fazer sozinhos, o dito trabalho ou projecto, sejamos honestos. Mas na hora da avaliaçao, ou da apresentaçao de projectos são todos experts lol. Ou seja tudo isto só para vos dizer que nao é a questao de copiar ou nao copiar que devia preocupar o ensino superior em Portugal e sim o facto dos corpos docentes serem ricos (alguns) em curriculo e pobres em pedagogia. De as universidades (parecem empresas) olharem mais a questao economica do que a questao do ensino. E quanto a sair com boas notas ou nao, copiar ou nao,  a verdade é que a não ser que arranjem um "tacho" nalguma universidade para ensinar e serem "professores", a  inteligencia pratica assume mais importancia no mundo "real" que a inteligencia academica e nao é raro vermos melhores alunos a terem como patrões alguns dos piores alunos dos cursos. Pois na vida real, vocês irão utilizar menos de 20% do que aprenderam na universidade...e talvez nem tanto.

Desculpem la a intromissão, é apenas minha opinião pessoal, nao precisam concordar com ela...e boa sorte para os cursos.E como diria o bom portugues...desenrasquem-se como possam, para sair daí, que as coisas estão cada vez mais dificeis aí dentro e cá fora tambem . ;)

Em resposta a 'Vitor Gonçalves'

Re: Se o objectivo é aprender, qual é o papel do "copianço"?

por A. Sousa Catanho -

Concordo e compreendo com todas as respostas dadas. MAS, acrescento à problemática dos docentes o facto, leia-se FACTO, de termos um presidente do DME que, quando os alunos lhe reportam uma situação de má pedagogia (entre outras coisas GRAVES) por parte de um docente, comporta-se como um cúmplice indirecto do mau exemplo pedagógico ou simplesmente descarta a importância destas situações e das reclamações.

Falando agora do “copianço”, manifesto a minha opinião pessoal denominando o texto do Vítor Gonçalves como uma autêntica intervenção da treta.

Acreditem ou não, estou fora do leque dos alunos que defendem ou praticam incansavelmente o “copianço” ou a tentativa do mesmo. Só não vou dizer que nunca o fiz. Mas passo a citar uma frase que o Vítor Gonçalves escreveu: “... que tipos de profissionais seremos nós se nos basearmos no “copianço”?”. Bem, isto diz tudo!

“Ah o sistema português está mal! Ah o sistema da Inglaterra é porreiro! Ah o sistema dos EUA é mesmo fixe!”. Acho que não vale a pena estar a falar do melhor sistema a adoptar. Acho que devemos ter consciência das consequências que o “copianço”, o estudo honesto ou a mistura dos dois pode vir a ter nas nossas futuras vidas profissionais. Sejam perspicazes, sejam sérios quando o momento o exige e evitem ocupar a mente com temas que pouco ajudam à sustentação de uma boa mentalidade.


Saudações académicas.

Em resposta a 'Vitor Gonçalves'

Re: Se o objectivo é aprender, qual é o papel do "copianço"?

por Gilberto José Silva Laranja -
tema era copiar e tipico do bom aluno vamos "descascar" nos professores... está certo "lol".
copiar... este tipo fala fala... mas na diz nada. Copiar? quem copia so está a enganar-se a si proprio meus caros nao se preocupem os alunos que copiam ou copiam e sao bons, na mesma, ou copiam e andam a enganar-se. No mundo do trabalho tira-se as duvidas bons ficam maus mais cedo ou mais tarde sao apanhados... o mesmo acontece com os que tiram grandes notas sao bons serao reconhecidos ou se nao vao dar aulas... e viciar o sistema novamente...
Em resposta a 'Vitor Gonçalves'

Re: Se o objectivo é aprender, qual é o papel do "copianço"?

por Raquel Camacho -
Quando uma coisa não está bem, o que faz o típico português? Põe a culpa nos outros! E praticamente todas as respostas que li bem podiam ser resumidas a isto: "Copiamos e sabemos que é mau! Mas o que podemos fazer? A culpa é do sistema, a culpa é dos professores!"
Que atitude tão digna!
Ao longo da minha licenciatura já tive professores ditos interessados e outros que pouco ou nada se importavam! Não foi por este motivo que passei a copiar ou a engendrar "esquemas" para passar a essas cadeiras! Estudava com o material que tinha e se achava que não era suficiente procurava mais informações!

O problema é que a maior parte dos estudantes (e este problema tem ínicio muito antes de entrarem na Universidade) funciona como um robot, sempre à espera de ordens dadas pelos professores: "Estudem desde tal página à página tal!", "A matéria para o exame é esta!", "Vou resolver os exercícios, vocês passam!"...
Se um professor não segue este estereótipo, é considerado um mau professor ou desinteressado. Atenção, não estou aqui a defender os professores, estou sim a criticar a forma como os alunos encaram o ensino superior.
Num emprego, não vão ter lá ninguém a vos dizer "Para fazerem isto, têm de fazer assim, assim e assim!". Mais depressa ouvem "Quero esse projecto na minha mesa, às 18 horas!".

Portanto, deixemo-nos de culpar os outros e passemos a trabalhar autonomamente (sim, concordo com o processo de Bolonha)!

E para terminar não posso deixar de comentar o que foi dito pelo Alexandre Catanho. Então achas que podem formar-se bons profissionais tendo por base o copianço?
Acho que não entendeste o que o Vitor Gonçalves quis dizer com “... que tipos de profissionais seremos nós se nos basearmos no “copianço”?". Acho que pensas que se referia ao conhecimento que adquirimos das aulas e da matéria de cada uma das cadeiras, mas como já foi dito anteriormente, pouco ou nada dessa matéria vai ser usada no mundo do trabalho.
Uma vez uma professora disse-nos "O curso que estão a tirar é para cultura geral!".
E agora podes argumentar dizendo: "Então, se esse conhecimento não vai ser usado, não faz mal copiar! O objectivo é acabar o curso!". Mas, segundo o que o Vitor disse (e o que penso que realmente significa aquela frase) é que se te habituares a copiar no ensino superior não serás um bom profissional, pois não serás independente o suficiente para fazeres as tarefas que te vão ser exigidas! Se o teu patrão te pedir para fazeres um projecto qualquer, vais ter dificuldade, pois estás habituado a copiar!
Não é uma questão de conseguires pôr em prática os conhecimentos que adquiriste na Universidade, é simplesmente não teres bases para gerir essa tarefa, já que não construíste hábitos de trabalho anteriormente... Tudo foi baseado no "copianço"!
Em resposta a 'Raquel Camacho'

Re: Se o objectivo é aprender, qual é o papel do "copianço"?

por Gil Teixeira -
"Copiamos e sabemos que é mau! Mas o que podemos fazer? A culpa é do sistema, a culpa é dos professores!"
Que atitude tão digna!

Boas...que boa frase para alguns alunos se auto defenirem.

Raquel Camacho...nao concordo em 90% do que dizes. Tem atenčao que nem todos os alunos sao iguais. Eh triste saber que estudas o dito copiančo...se ha alunos que estudam assim, esses sim nao merecem nada desta Universidade, nem que ninguem lhes de trabalho no futuro. Quem quer "tentar" copiar, copia, isso parte de cada um e nao do docente nem do sistema...porque estamos todos na mesma Universidade, com os mesmos docentes e o mesmo sistema e nem todos os alunos copiam.

Eu nao vou estar aqui a fazer papel de santinho, porque admito que ja copiei, mas uma coisa eh estar num exame e se surgir uma opurtunidade de copiar, para safar um 10, porque nao? mas ir para um exame com o sentido de copiar o maximo possivel, nunca.

Na minha opiniao a cultura do copiančo esta mais enraizada nuns cursos (nao os vou pornunciar quais, mas acho k tambem nao eh muito dificel de saber) e pessoas do que outras .

Quanto a qualidade ou nao dos docentes, o Alenxandre Catanho disse quase tudo e concordo plenamente com ele, porque sei do que ele esta a falar.

Nao acho que a qualidade dos professores tenha alguma relačao com o copiančo, por isso quem o relaciona so esta a procura de arranjar desculpas.

Pečo desculpa por alguns erros mas estou a escrever num teclado esloveno (sim, sou aluno em ERASMUS) e nao consigo usar acentos nem c com cedilha.

Saudačoes academicas.

Gil Teixeira
Em resposta a 'Gil Teixeira'

Re: Se o objectivo é aprender, qual é o papel do "copianço"?

por Vitor Gonçalves -

 Saudações académicas.

Irei intervir uma segunda vez, porque esta ocorrer uma grande ramificação do assunto, de qualquer irei dividir esta minha intervenção em duas fases. Sendo a primeira para comentar algumas coisas que foi aqui ditas, e numa segunda fase dar a minha opinião sobre temas que vieram ao tópico como ao próprio tópico em questao.

Comentário feito por Ivo Bruno:

“Naquela... tanto quanto sei, acho que este post está direccionado para o departamento errado, mas ok...”

Caro colega, caso você esteja a usar sarcasmo, ate concordo consigo, caso não esteja a usar sarcasmo só posso lhe responder dizendo, que pior do que ser cego é não quer ver.

Comentário feito por David Gonçalves:

“Eu aposto como muitos alunos têm cadeiras com trabalhos de dificuldade extrema, que por vezes até fazem rir e o próprio aluno nem sabe como começar. No dia da respectiva apresentação ao professor os trabalhos lá aparecem todos feitos, mas se arranjarmos um novo trabalho (pode ser parecido) e pegarmos individualmente em cada aluno, se houver 2 que consigam fazê-lo sozinho é muito. Porque será?”

Concordo plenamente com o que aqui esta dito, isto deve-se mesmo por causa do “copianço”, deve-se as amizades que ocorrem na selecção do grupo, e mesmo por causa disto acontecer é que eu acho que devemos mudar a nossa postura em relação a este assunto de copiar ou plagiar.

Comentário feito por David Gonçalves:

“…gostaria de dizer, se vocês têm dificuldades e aparece a oportunidade para copiar, copiem! Se o estabelecimento de ensino não vos dá as bases nem vos transmite o que devia transmitir, não vos deixem ficar para trás ou serem prejudicados por um sistema de ensino mal estruturado.”

Caro David, eu tenha perfeita consciência que nos estudantes não são os únicos responsáveis pelo facto da licenciatura não ter o valor que tinha a algum tempo atrás, eu sei que não é só pelo “copianço” que as nossas medias são desvalorizadas no mercado de trabalho. Da mesma maneira, que eu sei que o sistema esta mal estruturado, que o sistema de avaliação talvez não seja o mais correcto e da mesma forma que o nível pedagógico de alguns professores universitários fica aquém das expectativas. Contudo é hipócrita pensar que a falta de valores entre a sociedade estudantil não é também uma causa para esta desvalorização. Eu me questiono quando é nós (sociedade estudantil) nos tornamos uma sociedade reactiva e não pró activa, deixamos de parte a nossa rebeldia e nos tornamos conformistas, eu me pergunto onde é que está a irreverência quando só há indiferença.

Comentário feito por Leonardo Reis:

“Se fossem só esses os problemas, a questão é que a lista continua.”

A mesma coisa foi dita em no comentário anterior. A mudança tem que se iniciar de algum lado, nos que tanto desejamos alcançar o equilíbrio social, que lutamos pela realização das utopias, já devíamos estar conscientes que não podemos só esperar pelos outros. A mudança tem de partir de dentro de nós.

Comentário feito por Tito Velosa:

“...desenrasquem-se como possam, para sair daí, que as coisas estão cada vez mais dificeis aí dentro e cá fora também.

Caro colega, os meus parabéns pela vossa licenciatura, desejo-lhe por sorte na sua busca no mercado de trabalho mas por ventura se você for para o desemprego porque houve alguém que utilizou nepotismo (a dita cunha) irei lhe dizer o mesmo: ele se desenrascou. Se por ventura alguém lhe tirou o lugar no mundo de trabalho, e esse alguém copiou por você, irei lhe dizer o mesmo: Ele se desenrascou.
Está visto que a palavra de ordem não é globalização, mas sim mediocridade.

Comentário feito por Alexandre Catanho:

“Falando agora do “copianço”, manifesto a minha opinião pessoal denominando o texto do Vítor Gonçalves como uma autêntica intervenção da treta.”

“que tipos de profissionais seremos nós se nos basearmos no “copianço”?”. Bem, isto diz tudo!”

Caro Alexandre, você criou um paradoxo. Você desaprovou a minha intervenção, que esta no seu direito, contudo na segunda parte eu não entendi se você estava a ser irónico ou estava a realçar o que eu disse, caso seja esta segunda hipótese então você criou um paradoxo.

Comentário feito por Gilberto José Silva Laranja:

Eu não irei lhe citar nada, isto porque não entendi se você estava a imitar José Saramago a não utilizar pontuação ou se você fez naturalmente. Caso seja a primeira hipótese os meus parabéns, vejo alguma semelhança. Mas se por ventura é a segunda, então você é um exemplo claro de quanto o “copianço” esta no nosso sistema educativo, mais não digo.

Comentário feito por Herberto Gil Moniz Teixeira:

“"Copiamos e sabemos que é mau! Mas o que podemos fazer? A culpa é do sistema, a culpa é dos professores!"
Que atitude tão digna!”

Caro colega, penso que a colega Raquel Camacho estava utilizar sarcasmo.

Deixando agora de parte os meus comentários aos comentários feitos neste tópicos.

É da minha opinião que o sistema de avaliação, não é o mais correcto, eu pessoalmente sou a favor de trabalhos práticos com um sistema de selecção aleatória. Sem querer duvidar das capacidades de compreensão de ninguém, passo a explicar. Um professor poderia fraccionar os seus alunos em grupos, em que cada grupo corresponde a numero, e assim cada aluno retirava um papel a sorte com o número correspondente.

Alem disso, são poucas as cadeiras que não tem aplicação pratica, logo se pode fazer uma avaliação mais na base da prática, na maior parte das cadeiras. Já foi dito por colegas que no mercado de trabalho é essencialmente pratica, sendo que a teórica não passa de “cultura geral” e para evitar futuros argumentos, digo que o objectivo estarmos aqui é nos preparar para o mercado de trabalho, e que através da pratica estamos obrigatoriamente a estudar a teoria. É de notar que os vulgos trabalhos em grupo são trabalhos práticos, na minha opinião.

No que toca ao sistema educativo, tenho que concordar com o que foi dito em cima, esta sem duvida mal estruturado. Sendo necessário nós iremos a luta para modifica-lo, ou vamos esperar que venha outras gerações fazerem o trabalho que não fizemos?


E por último, em relação a má pedagogia de alguns professores, devo concordar, contudo acho normal, já que é uma questão de perspectiva. Um professor que seja “mau” para alguns até pode ser “bom”. E mesmo aqueles que são “maus” professores, até acho normal, porque a vida vem tudo aos pares, certo e errado, a vida e a morte o bem e o mal. Logo ate nesta questão ira sempre haver bons professores e maus professores, no que toca a pedagogia. O objectivo é diminuir esses maus professores o máximo que se possa, e sinceramente acho que não são assim tantos. Eu já tive em outros lados (nomeadamente em Coimbra e na Cluny) e digo que em Coimbra achei que os professores estão mais distantes dos alunos que aqui na UMa. O que acho mal é haver as vezes incentivos para o “copianço” como adiar a entrega do trabalho, ou a execução do teste prático que acho mal é as vezes se fazerem um teste difícil para alguns e outros mais fáceis para outros. O que acho mal é uns serem avaliados num dia e outros serem avaliados noutro dia, sem que a temática e as perguntas em questão mudem.

No que toca ao “copianço”, eu estava a me referir não só as provas escritas, mas como os próprios trabalhos práticos. Sendo o meu apelo anterior, igual para ambas situações.
Só para deixar bem claro no que toca ao sentido desta frase:

“Que tipos de profissionais seremos nós se nos basearmos no “copianço””

Não era meu objectivo dizer que o que aqui aprendemos (matéria) é importante porque muitas vezes não é, o que é importante é aprender os mecanismos que essas cadeiras nos dão, dando como por exemplo a matemática: Através desta cadeira ganhamos uma maior poder de processamento e de pensamento lógico, sendo esse o seu verdadeiro objectivo.

Em jeito de conclusão, se uma pessoa passa cadeiras através do “copianço” por pouco que seja, ira ganhar uma mentalidade imitadora e dependente, penso que todos nos sabemos que Portugal esta numa crise económica e com uma certa falta de profissionalismo em múltiplas áreas, penso que deixei bem claro, que eu sei que não é só através de resolução deste problema (“copianço”) que ira se mudar todos os problemas no sistema educativo, contudo é de concordar que é uma mudança, positiva no meu ver, que fazemos e que dependemos exclusivamente de nós (alunos).

Independente das opiniões precedentes e procedentes o meu primário objectivo foi cumprido, que era por as pessoas a falar e pensar sobre este assunto, como tal despeço-me com as mais sinceras saudações académicas.

Sinceramente,
Vitor.

Em resposta a 'Vitor Gonçalves'

Re: Se o objectivo é aprender, qual é o papel do "copianço"?

por Leonardo Reis -

Ok não vamos esperar mais, vamos reagir, vamos reestruturar o sistema de avaliação das tais cadeiras problemáticas. Já.

Não me pareçe... Eu por discordar do métodos de avaliação na sala de aula de nada me adiantou, aliás, eu por estar a escrever aqui muito provavelmente devo estar a prejudicar-me, mas como eu até sou um inerte e não vou à luta (sim, apliquei ironia aqui), estou a escrever estes comentários.

A questão é que é preciso vontade de todos para melhorar o sistema e isso dá trabalho, ou então deixa passar muitos alunos por ano; sim porque não nos devemos esqueçer que a universidade recebe dinheiro do governo pela quantidade de alunos que tem, e pelas minhas contas, se os alunos perdem a dita universidade fica com mais alunos, mais alunos mais dinheiro, não sei se o sistema é assim, mas lá que pareçem existir professores que querem que os alunos percam lá isso existe.

Fiquem bem pessoa, e começem a pensar nisto que se tem dito aqui. 

Em resposta a 'Leonardo Reis'

Re: Se o objectivo é aprender, qual é o papel do "copianço"?

por Morgado Dias -

Tenho seguido o debate e, apesar de não concordar com várias coisas aqui escritas, como sei que um comentário de um professor gera mais polémica, vou apenas chamar a atenção de um facto.

O Leonardo disse que o financiamento depende do número de alunos, apontando essa razão como motivo para as taxas de aprovações serem baixas. A fórmula de financiamento depende, de facto, do número de alunos. Mas depende também do sucesso desses alunos, de mais do que uma forma: das taxas de sucesso e do número de diplomados.
Por isso, no meu entender, não poderá nunca ser essa uma justificação válida.

Por último deixem-me dizer que um dos principais objectivos da formação a este nível é "produzir" pessoas capazes de pensar. Nesse sentido fico satizfeito com a qualidade de algumas das intervenções.

Morgado Dias
Em resposta a 'Vitor Gonçalves'

Re: Se o objectivo é aprender, qual é o papel do "copianço"?

por Raquel Camacho -
Sim, realmente estava a ser sarcástica quando disse: " 'Copiamos e sabemos que é mau! Mas o que podemos fazer? A culpa é do sistema, a culpa é dos professores!' Que atitude tão digna!". Se calhar agora o colega Herberto Gil Moniz Teixeira concorda com 15% daquilo que eu disse no comentário anterior...

Em relação ao que foi dito pelo colega Vitor Gonçalves, colega Herberto Gil Moniz Teixeira, alguma vez deixamos de avaliar as opiniões dos outros? Nós passamos a vida a avaliar as atitudes, valores, as opiniões dos outros quer seja consciente ou inconscientemente. Não vejo razões para a sua surpresa.

No que toca ao colega Leonardo Reis, devo-lhe dizer que concordo consigo em querer mudar as coisas, e se precisar terá o meu apoio para que tal aconteça. E pelo que eu li, o colega Vitor Gonçalves também dá o seu apoio nesse assunto, como também está a querer mudar alguma coisa no sistema educativo.
Contudo é de realçar que vocês sozinhos não podem fazer nada, por isso mesmo é importante este tópico, para chamar a atenção tanto sobre o copianço como pôr em questão o próprio sistema de avaliaçao.

Prof. Morgado Dias, não concordo com a seguinte frase "um comentário de um professor gera mais polémica", isto porque é agradável, senão mesmo necessário, ver a opinião de um professor num tópico como este.




Em resposta a 'Vitor Gonçalves'

Re: Se o objectivo é aprender, qual é o papel do "copianço"?

por Manuel Ricardo Nóbrega Ferreira -

Todo este processo de aprendizagem e avaliação é dotado de virtudes e de fefeitos,como em  tudo não existem sistemas exclusivamente virtuosos nem  deficientes.Como tal este sistema de ensino e posterior avaliação criam por vezes e dependendo do aluno uma certa injustiça quanto ao seu real valor.É capaz de iludir e falsear o resultado final, tanto um copianço como um marranço.A pressão a que todos estão sujeitos, quer seja pelo grau de dificuldade quer pela intensidade  a que são lecionadas as disciplinas,criam em cada induviduo diferentes naneiras de responder e de contornar dificuldades por forma a alcançar o objectivo comum;concluir o curso com a melhor nota possivel.Aprende-se estudando,copiando e marrando,uma nota final pode ser fruto de qualquer uma destas formas,mas o que vai realmente ditar a diferença entre um bom profissional e outro menos bom , será sem dúvidas o sua aptidão natural para a actividade a que se propõe.Por isso meus amigos,não se preocupem com os outros, preocupem-se em saber se estão no caminho certo,uma introspeção por vezes é util,  trabalhem e não entrem em histerismos .

Um Abraço

Manuel Ricardo Ferreira

Em resposta a 'Vitor Gonçalves'

Re: Se o objectivo é aprender, qual é o papel do "copianço"?

por Ricardo Garcês -
E se em vez de perderem tempo em coisas como qual o papel do "copianço", esse grande problema que afecta terrivelmente a humanidade, arranjassem vida própria?
Em resposta a 'Ricardo Garcês'

Re: Se o objectivo é aprender, qual é o papel do "copianço"?

por Gonçalo Vieira -
muito bem, um comentário destes vindo de um professor... não, não afecta terrivelmente a humanidade... mas a qualidade dos alunos que saem desta Universidade sim, como professor devia de estar mais interessado em pôr os seus alunos a "pensar" e a "saber o que raio estão a fazer"...

se está chateado com o número de mails que está a receber... temos pena mas a discussão é a nível público, se não lhe interessa... simplesmente faça delete... em vez de fazer comentários tristes como esse.

Saudações,
Gonçalo
Em resposta a 'Gonçalo Vieira'

Re: Se o objectivo é aprender, qual é o papel do "copianço"?

por Francisco Capelo -
Gonçalo, posso dizer-te que esse foi o post mais infeliz que li até hoje no moodle...

Tou 100% de acordo com o Professor.. Apesar dos tantos trabalhos e projectos que temos para fazer, notoriamente há pessoas que simplesmente têm demasiado tempo livre..
Em resposta a 'Francisco Capelo'

Re: Se o objectivo é aprender, qual é o papel do "copianço"?

por Gonçalo Vieira -
Francisco, uma coisa é dizer isso... outra é dizer aquilo acima de que esta discussão (ao menos pelo que eu li) não vale a pena...

o copianço é algo que nos afecta a nós como alunos e ao "professor" também, tanto como aluno, como professor... em vez de mandar comentários álá "aqui não se passa nada, vão pás vossas casas que não há nada para ver" devia de conversar e interagir com os alunos, aconselhar e tal... (também faz parte do trabalho pedagógico)

Foi um post infeliz? dizer a alunos (que muitos que aqui postam por acaso fartam-se de trabalhar) para arranjar vida? (o que tem piada... já que vida de aluno é "supostamente" estudar, matar-se para passar cadeiras e dar aulas como auxiliar para ter uns créditos extra *cough*).

Oh well, Francisco, sabes que se não fosse por essas pessoas, tu pagavas propinas mais altas... poucos alunos e tal... a universidade tinha que render um pouco... não mandes vir muito com os que nenhum fazem que eles é estão a ajudar :P

salutations,

Gonçalo


Em resposta a 'Francisco Capelo'

Re: Se o objectivo é aprender, qual é o papel do "copianço"?

por Carlos Lucas -

Ainda se fala sobre o "copianço"?

É assim, nunca fui amigo de copiar, mas uma vez ou outra admito que espreitei, embora evite, até porque fico nervoso e dou logo nas vistas se tentar copiar ou cabular. Quem disser que nunca copiou ou pelo menos "deitou o olho" ao teste do vizinho nem que seja uma vez (desde a 1ªclasse até ao 12º e universidade), das três uma: ou mente ou é um ser perfeito (penso que não existe) ou não se lembra.

Em relação ao que se tem dito sobre o mercado de trabalho e que parece ser o que mais atormenta certas pessoas, sou de opinião que se um aluno passa os anos inteiros de universidade a copiar, não têm que se preocupar que vos tire o lugar no mercado de trabalho porque mais tarde ou mais cedo será apanhado e posto na rua. “... que tipos de profissionais seremos nós se nos basearmos no “copianço”? ”. A resposta a meu ver é simples. "Profissionais desempregrados".

Quanto ás "cunhas", se um aluno adepto do copianço arranjou trabalho através de cunha, pode não ser descoberto logo, mas mais tarde ou mais cedo a verdade vem ao de cima e todos sabem o que acontece nesses casos.

Quanto á frase que diz algo do género: ... no dia os trabalhos aparecem todos feitos, mas se for dada uma tarefa parecida, se aparecerem dois que o façam sozinhos é muito.... No meu entender, isto quer dizer que no caso de cadeiras com por exemplo 120 alunos, apenas 2 fazem por sua própria cabeça e os restantes 118 copiam. Não acham que existe qualquer coisa estranha? Eu acho. Pessoalmente tenho uma certa dificuldade em determinadas cadeiras e peço frequentemente ajuda  mas  para me explicarem e não para me deixarem copiar. Muitos trabalhos consegui fazer porque houve alguém que me explicasse e depois fiz por mim. (Obrigado a quem me ajudou). Copiar um trabalho ou projecto, é complicado porque muitos deles têm características específicas que diferem de aluno para aluno porque envolvem por exemplo números mecanográficos, tornando quase todos os trabalhos diferentes, logo quase impossíveis de serem copiados mas possíveis de serem explicados, o que a meu ver não é "copianço".

Quanto a reclamar sobre o incorrecto uso de pontuação indicar "copianço", bem, esta frase foi demais para mim. Vitor,não reclames porque nem todas as tuas respostas estão correctas gramaticalmente ou relativamente a acentos. Dou alguns exemplos : "...ganhamos uma maior poder de processamento..."; "...de qualquer irei dividir ..."; "...comentar algumas coisas que foi aqui ditas..."; "...tenho que concordar com o que foi dito em cima, esta sem duvida mal estruturado...". Não sou um "expert" em Português, por isso não reclamo do que os outros escrevem (a não ser que seja um trabalho em que esteja envolvido e ao ler a parte de um colega detectar um erro), porque admito que também cometo erros. Segundo a tua ordem de ideias, também copiaste na disciplina de Português.

Quanto ás ideias de revoluções, se por cada aspecto na sociedade que não nos agradasse, partíssemos para uma nova revolução, imaginem a confusão. Existem certos aspectos que temos de "comer e calar" porque infelizmente não podemos fazer nada por mais que queiramos.

Em resposta a 'Carlos Lucas'

Re: Se o objectivo é aprender, qual é o papel do "copianço"?

por Jorge Rodrigues Valente -

Gostei desta: " ...porque mais tarde ou mais cedo será apanhado e posto na rua.". Então, e quanto a aqueles que acabam o curso de medicina e no exercício da sua profissão, montam o NEGOCIO (não um consultório, nem uma sapataria), um negocio em que a principal actividade é receitar medicamentos. Quanto a área de Engenharia. Vejam as câmaras. Tantos arquitectos e engenheiros lá naqueles gabinetes, e a única coisa que sabem dizer é "…isto está complicado de resolver, seria bom irmos a um almoço acertar as coisas!" (não é preciso dizer mais nada). E veja-se a urbanização que temos, em caso de problemas, sacode-se a água do capote. Ou seja, para quem ainda não percebeu, o que interessa não é o saber (pois mesmo o ensino está mais virado para o decorar), é acertar com o emprego. Como se sabe, existe um grande afastamento entre as empresas e o ensino, os empresários já sabem com o que contam. Agora imagine-se que o futuro patrão é o Estado. Maravilha! Paga mal, mas estamos safos! É aborrecido receber ordem de um velho que pouco mais sabe do que ler e escrever, mas paciência, pois com o passar dos anos, também serei velho e consequentemente já terei passado por todos os níveis de promoção automática. Trabalho com pessoas bem formadas e mal formadas (apesar de todos terem o curso). Sei do que estou a falar. Mais, estou a acabar o 1º ano, e ainda não apliquei NADA daquilo que apreendi (estou na área do meu curso). E desconfio que pouco coisa irei aproveitar/aprender, ando mesmo a ponderar desistir. Vou ver como é o 2º ano...

Em resposta a 'Jorge Rodrigues Valente'

Re: Se o objectivo é aprender, qual é o papel do "copianço"?

por Carlos Lucas -

Quanto aos que montam negócio e apenas limitam-se a receitar medicamentos, mais tarde ou mais cedo, irão acabar por ter falta de "clientes", porque felizmente as pessoas não são burras.

Quanto aos arquitectos e engenheiros que fazem o que foi dito, mais tarde ou mais cedo, a população irá dar-se de conta do tipo de pessoas que esses arquitectos e engenheiros são. Resultado: desacreditação pública.

Relativamente aos mais velhos a mandar, em Portugal, infelizmente idade ainda é sinónimo de posto.

Em resposta a 'Carlos Lucas'

Re: Se o objectivo é aprender, qual é o papel do "copianço"?

por A. Sousa Catanho -
Em resposta a 'Jorge Rodrigues Valente'

Re: Se o objectivo é aprender, qual é o papel do "copianço"?

por Marco Garcês -

"(...)Mais, estou a acabar o 1º ano, e ainda não apliquei NADA daquilo que apreendi (estou na área do meu curso). E desconfio que pouco coisa irei aproveitar/aprender, ando mesmo a ponderar desistir. Vou ver como é o 2º ano... "

Ainda bem que vais esperar para ver o 2.ano, eu também fiquei um pouco à deriva com o que encontrei no 1.ano, mas no segundo vais ver que as coisas começam a fazer mais sentido...

Em relação à questão principal deste tópico(que eu nem o li na integra), acho que a verdadeira pergunta seria "Se os fins justificam os meios!?" e a resposta será muito subjectiva assim como os objectivos de cada um.

...só a minha opinião!

Em resposta a 'Marco Garcês'

Re: Se o objectivo é aprender, qual é o papel do "copianço"?

por Morgado Dias -

Concordo com a opinião do Marco Garcês em relação ao post do Jorge Valente. Eu também passei por essa fase inicial (há vários anos) e percebo que o primeiro ano, ou os primeiros anos, podem ser preocupantes, principalmente para quem já tem uma experiência de trabalho.
Mas deixem-me fazer uma comparação: para quem está a construir uma casa, a fase dos alicerces também será desesperante. Gasta-se muito dinheiro e tempo e da casa ainda se vê muito pouco. Mas é uma fase essencial. Se não ficar bem feita a casa pode ruir.
É um pouco assim a fase inicial de um curso. Serve de alicerce para o que se segue que será certamente mais aliciante e mais prático.

De nada serve desistir antes de ter uma opinião bem consolidada da formação que se está a receber e, como sabem, os cursos de engenharia acabaram de ser "validados" pela Ordem dos Engenheiros, o que vos deve dar uma garantia adicional sobre a qualidade que têm.
Atenciosamente,

Morgado Dias
Em resposta a 'Gonçalo Vieira'

Re: Se o objectivo é aprender, qual é o papel do "copianço"?

por Ricardo Garcês -

Gonçalo, sei que o que te vou dizer pode ser chocante... mas existe uma opção no moodle para não receber e-mails de notificação sempre que são feitos posts no forum. Por isso não preciso de fazer "delete". lol

Em relação ao meu post, as tantas não percebeste bem o que queria dizer. Eu queria (de uma forma sarcástica?) dar a entender que parece-me que os alunos universitários em Portugal tem problemas muito mais graves que o "copianço". Tratado de bolonha, aumento das propinas, qualidade de ensino, mercado de trabalho, na minha opiniao, deveriam ser as coisas com que te deverias realmente preocupar.

Tu copias se quiseres e se não fores apanhado! Tão simples quanto isso. Se os outros copiam ou não, isso é com eles.

Boa sorte para as frequencias,

Ricardo Garcês